
Encontro desfalecido na rua um velho amigo. Deitado no chão lamacento, com as mãos mais sujas que o chão, a boca sem dentes ou saudades, o olhar calado. Ele não lembrou de mim, acho, pois quando estendi a mão em forma de cumprimento amigo, pulou assustado para trás e correu. Agora, depois de refletir o caso, não sei se realmente não me reconheceu ou se pensou ser eu um fantasma aziago de seu passado.
Entre as duas opções, sinceramente não sei a que prefiro, ou melhor, a que acho menos horrível. Se ele correu por medo de um desconhecido, por si só é significante. A sociedade humana, racional ao extremo que esquece o mistério da vida, não se admira com o cândido movimento dos pássaros ou com a cálida e vibrante respiração das flores, se vê diante de um espelho em que intimamente todos são diferentes, mas expressam sempre as mesmas opiniões. O homem, mendigo, correu por terror de que algo fosse feito a ele.
Nada é certo, porém, nesta pequena reflexão. Se o susto e a fuga do pobre homem foram devido a uma lembrança, mesmo frágil, foi o suficiente para ele achar que era melhor viver no pântano das ruas, cercado por todos os tipos de pessoas e sofrimentos, do que voltar a jaula de seu passado. Pensando bem, acho que eu faria o mesmo. Quem não desconfiaria, nos dias de hoje, de um homem que estende as mãos a um mendigo. (Infelizmente).
Entre as duas opções, sinceramente não sei a que prefiro, ou melhor, a que acho menos horrível. Se ele correu por medo de um desconhecido, por si só é significante. A sociedade humana, racional ao extremo que esquece o mistério da vida, não se admira com o cândido movimento dos pássaros ou com a cálida e vibrante respiração das flores, se vê diante de um espelho em que intimamente todos são diferentes, mas expressam sempre as mesmas opiniões. O homem, mendigo, correu por terror de que algo fosse feito a ele.
Nada é certo, porém, nesta pequena reflexão. Se o susto e a fuga do pobre homem foram devido a uma lembrança, mesmo frágil, foi o suficiente para ele achar que era melhor viver no pântano das ruas, cercado por todos os tipos de pessoas e sofrimentos, do que voltar a jaula de seu passado. Pensando bem, acho que eu faria o mesmo. Quem não desconfiaria, nos dias de hoje, de um homem que estende as mãos a um mendigo. (Infelizmente).
Por Mauricio Mayckon...
Um comentário:
Amei seu texto, Murício. Triste demais!
Espero mais alguns como este. =)
Beijos
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